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A mostrar mensagens de julho, 2017

António Costa: o filho de Maduro e de Trump

Conheci, pessoalmente, o actual chefe do Governo quando ele era dirigente estudantil e/ou da Juventude Socialista. Trabalhando eu como jornalista (na área da educação), entrevistei-o para “O Jornal da Educação”.  O jovem António Costa não gostou de qualquer coisa que eu escrevi e dirigiu-me um protesto, já nem sei se directo ou indirecto, fazendo saber que não falaria mais comigo. Não dei grande importância ao incidente, até porque ele não a tinha. E eu não precisava realmente do jovem dirigente como fonte de informação. Encontrei-o, mais tarde, numa situação diferente e, tanto quanto me recordo, ele nem sequer me cumprimentou. E eu também não fui ao beija-mão. Nunca fui capaz de ter qualquer admiração pelo seu percurso político e se, para mim, ele procedeu com deslealdade para com o secretário-geral do PS que quis derrubar, o certo é que o problema era lá com eles. Também não gostei nada da atitude do então presidente da Câmara Municipal de Lisboa quando a capital foi alagada p

Pedro Passos Coelho: o estadista com azar

É possível que Pedro Passos Coelho não volte a ser primeiro-ministro. E acrescento já: infelizmente.  As sondagens (mas só de duas empresas) dão o PSD como constantemente em queda. Parte significativa do eleitorado (onde tem peso fundamental a função pública, já beneficiada com acréscimos salariais constantes pelo actual Governo) parece preferir o PS. Uma ala significativa do PSD, que parece não ter beneficiado com Passos Coelho, sente-se mais ambientada no “bloco central” e gostaria de substituir-se ao PCP e ao BE como muleta deste PS). Passos Coelho foi o rosto da austeridade a que o PS, em 2011, nos condenou. Ganhou bem as eleições desse ano mas talvez tivesse pensado que as coisas pudessem ser mais fáceis. Talvez esperasse que o PS assumisse as responsabilidades que teve na bancarrota. Mas não foi o caso. Manteve-se, no entanto, firme e determinado, não cedeu a um homem como Ricardo Salgado e é legítimo pensar que também deve ter dito “não” a outros. Não cedeu à pressão “irr

Universidade Independente.10 anos depois. Condenações?

Ontem, saiu a decisão de 1.ª instância referente ao caso Universidade Independente. Há muitas coisas importantes a referir relativamente a esta decisão.  A principal das quais é que absolveu todos os arguidos dos crimes essenciais, e que levaram a todo o frenesim de 2007. Assim, deu-se como não provada, e absolveram-se todos, da associação criminosa, das burlas, dos abusos de confiança, da corrupção, do branqueamento de capitais. Sobretudo, comprovou-se que a Universidade foi criada como um projecto sério, com ambições científicas e de inovação. Também se comprovou que o nenhum dos arguidos se apropriou de um cêntimo que fosse da Universidade e que os seus actos nunca visaram o seu benefício pessoal. Isto é muito importante de ser sublinhado. Os crimes pelos quais alguns dos arguidos foram condenados em penas suspensas respeitam à sua esfera pessoal e não representam qualquer desvio de fundos. Por aqui se vê que todo o processo foi uma inventona política de José Sócrates

Universidade Independente e Sócrates: Não há Justiça. Só teatro trágico.

Os casos Universidade Independente e José Sócrates têm como arguidos pessoas diferentes, mas têm uma grande semelhança: demonstram que não existe justiça em Portugal, apenas um teatro trágico. Tal como se viu nos fogos de Pedrogão ou em Tancos que o Estado não funciona, a realidade é que na Justiça há muito tempo que o Estado não funciona e todos "assobiam para o ar" utilizando aquela expressão hipócrita "à política o que é da política, e à justiça o que é da justiça". O problema é que a justiça tornou-se um problema político. É política e de lá não sai. O caso Universidade Independente começou em 2006, tendo tido notoriedade pública em 2007 com a efectivação de umas prisões preventivas, essencialmente por perigo de fuga. Uma dessas prisões foi declarada ilegal pelo Tribunal da Relação de Lisboa e o arguido libertado. O MP requereu a libertação do outro, de seguida, após essa declaração de ilegalidade.  Hoje passados mais de 10 anos, os arguidos já poderiam t

Em resumo...

Há duas semanas e meia morreram 64 pessoas num incêndio no centro do País, que deixou um rasto de prejuízos, feridos (mais de 200) e devastação como nunca antes se vira. Os responsáveis do Ministério da Administração Interna, do topo à base, andaram descontrolados. O Presidente da República disse que era o melhor que se podia fazer e depois tentou emendar a mão. Foi, praticamente, a última vez que apareceu em público o ainda primeiro-ministro. Os seus parceiros PCP e BE perderam o pio, mais ou menos ao mesmo tempo. Uma semana depois, o primeiro-ministro mandou fazer um estudo de opinião, achou que toda a gente estava satisfeita com ele e pirou-se para férias, para uma ilha espanhola. Entretanto, os mortos continuaram mortos, o rasto de destruição continua à vista de todos e o Presidente da República começou também a perder o pio. A ministra da Administração Interna fez saber que o incêndio florestal tinha sido grande, verteu umas lágrimas parlamentares e deixou que se generalizasse